Quando eu era adolescente , cheio de disposição, a arte do cinco contra um era uma incrível dificuldade. Comprar as revistinhas do Carlos Zéfiro era uma operação clandestina. Exigia um trabalho de contato com o jornaleiro, seguido da aproximação, e finalmente, depois de meses, a gente ficava, enfim, amigo dele, que se tornava nosso fornecedor. Mas quantas Mônicas e Cebolinhas fomos obrigados a comprar pra ganhar a confiança do jornaleiro?
Mas fora aquele seu amigo que conseguia, não se sabe como, umas revistinhas suecas, a galera se virou com tudo. Anúncio de sutiã de Cláudia, Manchete de Carnaval. Tem um amigo meu que era louco pela Penélope Charmosa! Lembra? E as técnicas? Pintar as unhas de vermelho pra parecer mão de mulher. Sentar na mão até ela ficar formigando pra não sentir ela durante o ato. Mas aí surgiu a Playboy. Uma revista que , além de trazer mulheres maravilhosas peladas, ainda tinha uma entrevista. Claro que ninguém lia a entrevista, mas que desculpa melhor para estar com uma Playboy na mão do que : “estou lendo a entrevista!” E a Playboy realizou os sonhos de vários homens que puderam ver como eram mesmo maravilhosas as mulheres maravilhosas que eles adoravam. As maiores divas do Brasil posaram peladas na Playboy, para homens e mulheres verem. As mulheres só para tentar identificar alguma celulite que os homens nunca viram! Até surgir o photoshop. A partir desse momento nenhuma mulher no mundo  mais teve celulite. E então a internet chegou com mulheres nuas de graça fazendo coisas muito mais explícitas. E aí as stars pararam de posar para a Playboy, ou pediram grana demais, não sei, mas há alguns anos a Playboy varia entre Panicats e ex-BBBs. Perdeu muito da graça. Agora a Playboy vai acabar e isso está deixando muito marmanjo com lágrimas nos olhos. Tem muita gente prometendo usar luvas pretas em sinal de luto pelo fim da Playboy. Mas calma galera, depois de vários protestos, parece que a editora resolveu agradar aos viúvos da Playboy: dizem vão colocar um poster central na VEJA!