Fui dar uma caminhada na praia e cruzei com Paulo César Caju. Me lembrei na hora de um jogo que vi no Maraca, um Fla x Flu. Não sei mais dizer quanto foi o jogo , mas recordo perfeitamente do Paulo Cesar Caju jogando pelo Flamengo. Era só ele pegar a bola na ponta esquerda para que nós tricolores ficarmos nervosos, todo mundo se cagando de medo. Vai dar merda! E quase sempre dava mesmo. Toda vez que a bola passava pelo Caju, uma jogada perigosa acontecia contra a gente. Ou ele driblava dois ou encontrava um companheiro livre na área, era um desespero! Craque é assim, é aquele que quando pega na bola a torcida adversária fica com medo. Quem elege um jogador como craque é a torcida de seu time, mas quem lhe dá o certificado de autenticidade é a torcida adversária. Eu tinha medo do Caju, do Zico, do Jairzinho e as torcidas adversárias tinham medo do Rivelino. Hoje em dia no futebol brasileiro, não tem mais isso. A gente só tem medo quando o zagueiro do nosso time pega a bola.
– Ai meu Deus! Vai entregar!
E quando ele atrasa pro goleiro dar um chutão , respiramos aliviados.