E já está a bancada da bala louca para dar um tiro no estatuto do desarmamento. Pois vou logo dizendo que sou completamente, radicalmente, inexoravelmente a favor do desarmamento, da proibição de compra de armas pela população.
Um dos argumentos que usam os que querem armar o povo é o do direito individual. Argumentam que o indivíduo tem o direito de ter uma arma em casa para se defender, que isso seria uma questão de livre arbítrio. Pois eu acho que o direito de estar desarmado está acima do de estar armado. Se o meu vizinho do lado tem uma arma, o de cima e o de baixo também tem, eu perco o meu direito de não estar armado, pois qualquer discussão mais acalorada acabará imediatamente quando o idiota do meu vizinho brandir a sua pistola me ameaçando.
O mesmo vai acontecer na briga de trânsito. Não importa o que aconteceu, de quem foi a barbeiragem, a culpa será sempre sua quando o argumento oposto for uma Beretta. Ou na reunião de condomínio: Você sempre será o barulhento do prédio, ameaçado que será pelo barulho de uma arma disparando em sua direção.
Esse direito de estar desarmado tem que ser garantido às pessoas e só quem pode fazer isso é o Estado. Eu quero ter o direito de não ser obrigado a andar armado. Quero ter o direito de estar desarmado. Acho que esse direito além de ser a base da civilização e da boa convivência, é a garantia de que o mundo será menos violento.
Se você não concordar comigo, a gente pode até discutir, e se a discussão passar do ponto, eu, desarmado como estou, posso até te enfiar um soco na sua cara, mas não terei nunca como te dar um tiro na testa.
Ótimo texto, me representou.
Tenho medo dessa onda de armamentistas instigada principalmente pelo candidato Bolsonaro. É algo a se pensar…