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ENTREVISTA COM O ZÉ GOTINHA

Repórter- Bom dia , Zé Gotinha. E aí, animado com a vacinação?

Zé Gotinha – E estou super animado com a vacinação, o que está me deixando chateado é que ninguém me chamou ainda pra fazer campanha pela vacinação, pô! Só me chamam pra cerimônias oficiais!

Reporter- Mas você tem aparecido a beça na mídia. Há um tempão a gente não via você tanto.

Zé Gotinha- Você já me viu em alguma propaganda? Não! Já viu alguma campanha do governo para o povo se vacinar? Não! Até agora só me chamaram para posar ao lado de políticos. Pô, eu não votei em ninguém, é sacanagem ficar me usando para fazer campanha política, essa vacina nem é em gotas! Se é pra fazer proselitismo leva uma seringona ! Leva o Zé Seringa para os eventos políticos!

Reporter- Mas você não acha essas cerimônias importantes?

Zé Gotinha – Você já viu as fotos das cerimônias? Quase sempre o único que está de máscara ali sou eu! O ministro da saúde não usa máscara, o presidente não usa máscara… Outro dia o presidente quis até me cumprimentar! Fala sério! E nem álcool gel me dão nas cerimônias, eu tenho que levar o meu!

Repórter – Você tem medo de se contaminar?

Zé Gotinha – Claro! Ainda não ficou provado que os Zé gotinhas podem ou não pegar covid! E se eu pegar ? Quem é que vai acreditar num Zé Gotinha que já pegou covid?

Repórter – Você quer ser vacinado?

Zé Gotinha- Quero! Estão me mandando para um monte de cerimônias de vacinação sem distanciamento, ninguém de máscara, aglomeração para caramba! Isso é muito arriscado. Eu tinha que estar no grupo prioritário de vacinação!

A LÓGICA DA LOGÍSTICA

Um generalista é aquele sujeito que sabe pouco sobre muitos assuntos. O especialista é o que sabe muito sobre um assunto. Apesar do nome, nem todo general é um generalista. O ministro Eduardo Pesadello, por exemplo, é general e se diz especialista em logística. Até agora provou que a sua única especialidade é ser especialista em se dizer especialista em logística. Pesadello parece mais ser um generalista, mas um generalista diferente, ele não sabe nada sobre quase tudo.
Logística é uma palavra que parece com loja. Talvez o nosso ministro seja um especialista em lojística, com j, e acha que comprar uma vacina é muito fácil, é só entrar numa loja e escolher a vacina que quer comprar.
O problema é que a única loja de vacina que está aberta fica na China.
Logística é uma palavra que tem a ver com lógica.
Longe também é uma palavra que parece com lógica.
A China é um país que fica muito longe do Brasil, então pela lógica de nosso presidente e de seu ministro do exterior, eles podem falar mal da China, porque a China é longe e é lógico que os chineses não vão ficar sabendo. No entanto, a China é longe, mas entende mais de lógica que o nosso presidente. E, pela lógica da China, não faz muito sentido que ela seja a maior compradora de produtos brasileiros e seja sacaneada pelo presidente do Brasil e seus asseclas. E a China sabe que a logística da vacina no Brasil depende dela. Então, pela lógica, a China resolveu fechar a sua loja e não mandar os insumos da vacina para o Brasil.
E então o nosso general especialista em lojística vai na loja de vacinas e bate de cara na porta fechada. E é lógico que o Brasil fica sem vacinas.

JÁ VAI TARDE, TRUMP!

Eu nem me lembrei que cerimônia de posse é um troço chato para cacete, eu adorei a posse do Biden. Na verdade do que gostei mesmo foi da cerimônia do “Já vai tarde!” para o Trump. Lady Gaga cantando o hino? Maneiro. Bruce Springsteen? Legal. Discurso civilizado do Biden? OK. Kamala Harris? Muito bom. Trump fora da Casa Branca? Sensacional! Incrível! PQP! Uhhhhhuuuuuuuuuuuuuuuuu!
E aí vi comentários na internet dizendo que o Biden vai assumir a Casa Branca e usar a mesma privada que o Trump usava. Não vejo problema, porque certamente as cagadas que Trump fez ali eram menos fedorentas do que as que fez com a sua caneta.
Aliás, assim que assumiu, o primeiro ato do Biden foi puxar a descarga. Não a descarga da privada da Casa Branca, mas a descarga para limpar as diversas bostas que o Trump fez. Biden fez questão de voltar para a OMS e para o acordo de Paris, entre outras merdas deixadas pelo Laranjão.
Espero não ouvir tão cedo o nome de Trump. Vou evitar falar até palavras que lembrem dessa figura nefasta. Nem trampolim, que lembra um pouco Trump, eu vou falar mais. Tromba lembra Trump? Acho que não, mas só por precaução também não vou mais falar. Também não vou nunca mais cantar a música “The lady is a tramp”, mesmo sabendo que não tem nada a ver com o cara, mas a palavra tramp lembra Trump. Tudo bem que eu nunca cantei essa música na minha vida, mas não vai ser agora que vou começar. Aliás, para garantir não quero escutar nem o nome Donald. Vou evitar até o Pato Donald e o Mc Donald!
Dia 20 de janeiro de 2021 foi um dia histórico. Dia em que o mundo se livrou de Donald Trump. E nós, brasileiros, esperamos um outro dia histórico o mais breve possível.

ENTREVISTA COM UM NEGACIONISTA

Depois do início da vacinação, entrevistamos um médico negacionista para entender o que vai acontecer agora que o país começa a ser vacinado.

Doutor, como medir os efeitos da vacina?

O ideal é que se faça um acompanhamento das pessoas vacinadas para se monitorar a quantidade de jacarés que vão surgir depois do inicio da vacinação. Quanto mais jacarés, maior o sucesso.

Assim que é vacinada, a pessoa já está imunizada?

Não, é preciso esperar umas duas semanas. Mas depois de uma semana, ela já vai sentir o efeito, a pele vai ficando verde, vai enrugando e as pernas e braços vão diminuindo.

Se a pessoa virar jacaré, o que ela pode fazer para voltar ao normal?

Ainda não sabe ao certo, é uma experiência muita nova, mas preconizamos o tratamento precoce com cloroquina. Só não sabemos se o jacaré com aquele bocão vai conseguir engolir a cloroquina.

As vacinas que serão ministradas no Brasil podem causar algum outro efeito colateral?

A vacina chinesa pode fazer com que a pessoa só queira comer com palitinho, o que vai dificultar muito o brasileiro que gosta de comer churrasco. Já a outra vacina, a inglesa, pode dar uma vontade danada de dirigir pelo lado esquerdo das estradas, o que pode causar muitos acidentes.

Quando alcançaremos a imunização de rebanho?

No caso do gado bolsonarista, que já são rebanho, só falta a imunidade.

DIA D, HORA H – A REVOLTA DAS LETRAS

Então, sem saber o que dizer, o ministro da Saúde Eduardo Pesadello falou que a vacinação iniciaria no dia D, na hora H.
O X logo reclamou. Se era para a data ser uma incógnita, esse papel deveria ser dele, que sempre foi a letra das incógnitas, é só perguntar aos matemáticos. Portanto, a vacinação deveria ser no dia X!
O Y ficou chateado. Afinal, o Y também era uma incógnita famosa, sempre fez dupla com o X. Então foi feito um acordo e decidiu-se que a vacinação seria no dia X, na hora Y.
O ponto G apareceu para dizer que a população estava muito excitada com a divulgação da data de vacinação, portanto cabia a ele, que sempre causara muito excitação, essa função. A vacinação deveria ser no ponto G.
O A ficou muito irritado! Ele sempre iniciou tudo, inclusive o alfabeto! Se era para iniciar, tinha que ser no dia A!
Aí o 1 ficou puto! E por que usar letras e não números? Letras foram feitas para palavras, contagens merecem números. Toda contagem começa no 1, pô! A vacinação deveria começar no dia 1, na hora 1!
Aí o alfabeto todo enlouqueceu! Foi um tal de mandar pra PQP, dizer que aquela discussão era uma M, mandaram até tomar no C…
Então a discussão acabou quando chegou o ponto de interrogação e convenceu a todos que o lugar era dele: A vacinação começaria no dia ? , na hora ?

RINDO NAS REDES SOCIAIS

Há alguns anos, quando me disseram que existiam umas tais redes sociais, eu resolvi entrar nessa parada. A primeira rede social que entrei acho que foi o Twitter.  Postei umas babaquices, frases engraçadas, piadas e logo começaram a chegar comentários. Então me deparei com um comentário em que o cara escreveu ”lol”. Não entendi e segui adiante, mas logo outros “lol” chegaram. Eu fiquei um tempão matutando : O que é isso? Saquei que escreviam “lol” quando eu postava algo engraçado, seria uma onomatopeia? Mas que som é esse, “lol”? Será que “lol” é uma representação de um cara com as duas mãos pra cima? E por que ele colocaria as mãos para cima quando algo fosse engraçado? Aí me explicaram: “lol” é “laughing out loud”, os americanos usam para dizer que acharam alguma frase engraçada e nós copiamos. Mas  por que os brasileiros tem que escrever “laughing out loud”, se a piada não é em inglês?
Então descobri que existe uma infinidade de maneiras de se dizer que uma piada foi legal. Alguns  traduzem o americano “lol” e colocam “Ri alto”. E então juntam e escrevem “rialto”.  É melhor, pelo menos é em português, mas acho estranho. Quem não quer usar o “lol” ou o “rialto”, pode apelar para o “ririri” ou “réréré”. Tem ainda o “rárárá”, o “rsrsrs” e o “kkkkk”. Pelas minhas pesquisas pessoais, a forma mais usada no Brasil é essa: “kkkkk”.  Mas por que o K , uma letra que não se usa na nossa língua?  Tudo bem, entendo que escrever  “cácácá” é meio ridículo , e “quaquaqua”  meio infantil,  mas então como fazer? Alguns usam o “hahaha”, mas dá a impressão que o cara tá rindo sem fazer som, só mexendo a boca. Tem gente que quando acha algo engraçado , escreve “achei engraçado”, rápido, direto , mas muito sisudo , parece que o cara pensou em rir, mas desistiu. Existem outras formas:  “rachei o bico”, paulista demais, “esporrante”, carioca demais.  E tem também o “shushushaha”, ou algo assim. Acho que o cara escreve isso quer dizer que riu tanto que deu uma esguichada de cuspe. É a única explicação.
Mas a forma que mais me intriga e que é muito difundida , é o “rsrsrsrs’, que dizem que é abreviação de “risos risos risos…” , mas acaba virando um troço meio estranho.  Quem é que ri assim, “rsrsrsrs”? Parece um rato roendo queijo! Não entendo, o cara acha uma coisa engraçada e fica com vontade de roer um queijo? Rsrsrsrs!
Mas tudo bem, acabo entendendo o “Kkkkk”, aceito o “rsrsrs”, tolero o “lol”, me conformo com o “rialto”, me sujeito ao “hahaha” e todas estas outras formas de rir no twitter, no facebook ou em qualquer rede social. Mas a conclusão que tiro é que definitivamente  ainda não se encontrou a forma genuinamente brasileira de se rir nas redes sociais. Ou será que existe?

Esse texto faz parte do meu e-book Rindo nas redes sociais, que está a venda na Amazon por apenas R$ 6,00.
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É OU PODE SER?

Existem as pessoas que dizem É e as pessoas que dizem PODE SER.
As pessoas que dizem É dizem com tanta certeza que É, que deixam em dúvida até as que acham que NÃO É.
As que dizem PODE SER, mesmo sabendo que É, acham que pode existir ainda alguma dúvida e por isso preferem dizer PODE SER.
Muitas pessoas que dizem É não tem certeza nem provas do que dizem, mas sua ênfase em dizer que É faz com que muita gente acredite nelas.
Muitas pessoas que dizem PODE SER tem quase todos os motivos para dizer que É, mas preferem ter certeza absoluta antes de dizer que É e assim não convencem ninguém de que PODE SER.
Definitivamente o mundo é feito pelas pessoas que dizem É, mas seria melhor se fosse feito pelas que dizem PODE SER.
E eu, onde me encaixo? Acho que sou um cara que diz PODE SER. É mesmo? PODE SER.