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VAI UM BILHÃOZINHO AÍ?

Não adianta criticar, o futuro está na mão dos algoritmos. Tanto que os donos desses sites que dominam os algoritmos são os caras mais ricos do mundo. Eles estão todos bilionários. Pois é, a gente sonhando em ganhar um milhão e os ricaços lá do Silicon Valley só falam em bilhão. Nos tempos atuais, ser só milionário é uma merda, coisa de pobre, o lance é ser bilionário.  Nessa área tech, o mundo das altas tecnologias, é tudo bilhão. Há algum tempo o Yahoo anunciou a compra do Tumblr por um bilhão. Tudo bem, uma empresa cheia de vogais, Yahoo, comprou outra cheia de consoantes, Tumblr, mas será que isso vale um bilhão?
Depois foi o Zuckerberg que saiu para fazer umas comprinhas e arrematou o WhatsApp por 16 bilhõezinhos! Qualquer negocinho furreca na internet hoje em dia, qualquer compra de uma empresa por outra, custa de bilhão pra cima. É um tal de Google compra site de troca de figurinhas por 2,3 bilhões, Microsoft compra serviço de compartilhamento de peidos por 3,6 bilhões, Sony compra APP que tira melecas virtuais bolado por dois pivetes de 16 anos por 3,2 bilhões de dólares, Facebook compra rede social para idiotas por 3,7 bilhões, ah, não, essa já existe, e já é deles! E o mais incrível é que os números que vem depois da vírgula representam milhões de dólares, mas são apenas números depois da vírgula. Milhões de dólares hoje em dia é merreca.
  – Quanto custa esse site? 2,9 bilhões? Ah, toma 3 bilhões e fica com o troco!

Pagar bilhões de dólares virou tão corriqueiro que contam por aí que uns dias atrás o dono do Google, o Larry Page, foi tomar um cafezinho, perguntou o preço e o atendente fez um sinal de cinco com a mão. O megabiliardário não titubeou, tirou cinco bilhões da carteira e pagou na hora. Costume é fogo.

Pois é, os caras são tão ricos que saem gastando grana sem nem pensar. Outro dia o Zuckerberg comprou a megamansão que ficava do lado da ultramegamansão dele porque queria ter mais privacidade. Fala sério! Ô Zuckerberg, quer mais privacidade? Sai do Facebook, pô!

Esse texto faz parte do meu e-book “Rindo nas redes sociais”. Para adquirir o seu é só clicar aqui…

Rindo nas redes sociais

Vai lá, o Jeff Bezos está precisando, coitado!

PREVISÕES PARA 2021 QUE TODO MUNDO JÁ SABE

Ano começando e um monte de videntes, astrólogos e economistas estão fazendo as suas previsões para 2021. Eu também tenho as minhas, mas são profecias que todo mundo já sabe que vão acontecer. Vamos lá:

Os brasileiros serão vacinados contra a Covid. Não se sabe quando, nem com qual vacina, mas já se sabe que uns dias vai faltar vacina, em outros vai faltar seringa, em outros vai faltar agulha…

Todas as semanas o Bolsonaro vai falar alguma boçalidade. E depois vai dizer que a imprensa tirou as palavras dele do contexto.

O Bolsonaro e o Dória vão chamar um ao outro para a porrada, mas o embate não vai acontecer por falta de datas.

Vários ministros vão cair, sem nem dar tempo de a gente ter decorado o nome deles.

Todas as semanas um time brasileiro trocará de técnico.

Os campeonatos regionais serão chatíssimos e uma campanha para eles acabarem fracassará mais uma vez.

Neymar vai fazer uma presepada. E depois uma merda. E depois uma estripulia…

Influenciadores digitais que eu nunca ouvi falar vão fazer alguma coisa bem idiota. E então eu vou ouvir seus nomes pela primeira vez.

O Facebook vai saber ainda mais sobre você do que já sabia.

O Google vai saber coisas de você que nem mesmo você sabia.

Tretas fundamentais e superimportantes vão acontecer no Twitter por duas horas e depois serão esquecidas para sempre.

Moças desinibidas farão dancinhas no TikTok.

Pessoas vão continuar a fazer textões no Facebook, dando suas opiniões baseadas apenas no que elas acham. E o que elas acham é que são elas que tem a resposta para tudo que está acontecendo.

Quanto a mim, já posso prever algumas coisas:

Vou continuar sofrendo com o meu time, o Fluminense. Certamente vou ficar muito irritado com o time e vou jurar que não verei mais nenhum jogo. Mas na semana seguinte lá estarei eu diante da TV, xingando, gritando e prometendo não ver mais jogos do Flu de novo.

No caso dos textões, se eles forem de amigos meus, eu vou curtir. Mas só depois de ler apenas o primeiro parágrafo para saber pelo menos do que se trata. Vai que a pessoa comenta algo comigo.

MELHORES DO ANO DO CORONA VÍRUS

Poucos souberam, porque a imprensa não noticiou, mas a cerimônia do Prêmio Internacional de Melhores do Ano do Corona Vírus aconteceu na semana passada. A festa foi realizada no Brasil, dentro do corpo de uma autoridade e contou com a presença de milhões de coronavírus representando todos os países do mundo. Antes da entrega dos prêmios, os convidados assistiram a um show musical estrelado por alguns coronavírus que já infectaram estrelas internacionais da música. O show foi um sucesso, aplaudido de pé pela plateia e logo em seguida, a premiação começou. O clima era de tensão nessa festa que foi considerada o Oscar do coronavírus. E os premiados foram os seguintes:

Prêmio Sem máscara é melhor – Donald Trump
Prêmio E daí, eu não sou coveiro – Jair Bolsonaro.
Prêmio Aglomeração de Final de ano – Neymar.
Prêmio Pra que tanto estresse? – Eduardo Pazzuello .

Depois da entrega dos prêmios, os coronavírus se divertiram com uma grande festa, regada a muito vinho e champagne. O ponto alto aconteceu quando um corona gaiato distribuiu fartas doses de cloroquina, o que proporcionou muitas risadas nos convidados da festa.

HÁ UM ANO

No final do ano de 2019 eu tinha alguns medos.

Tinha medo que o Trump desse um ataque de pelanca e resolvesse apertar o botão vermelho para ver o que acontecia.

Temia que o Kim Jon Un desse a louca e resolvesse mandar uma bomba atômica para ver o que acontecia.

Ou que fosse o Irã que desse a louca e mostrasse ao mundo que tinha bomba atômica e não tinha medo de usá-la.

Tinha medo até de vírus. Mas de vírus de computador. Medo que um ciber-maluco jogasse um monte de vírus nos computadores do mundo e a gente ficasse sem internet pra sempre.

Tinha medo até que os alienígenas resolvessem atacar a Terra. Sempre achei que isso pudesse acontecer.

Mas eu nunca tinha pensado que um vírus pudesse nos fuder. Vírus, tipo vírus mesmo, esses bichinhos que causam virose.

Juro que nunca tinha pensado nessa hipótese.

Pois não é que apareceu o tal do coronavírus e o mundo virou de cabeça pra baixo. Parou tudo.

E logo aprendemos um monte de palavras novas: além de corona vírus, teve também covid-19, Cloroquina, Hidroxicloroquina, Invermectina, Astrazenica, Coronavac… Há um ano nós nunca tínhamos escutado essas palavras e nem sabíamos como se pronunciavam.

Protocolo era só aquele número enorme que a gente fingia que anotava quando fazia uma reclamação por telefone. Em 2020 , tudo passou a ter protocolo e a gente incorporou a palavra.

Máscara no queixo era uma expressão que não fazia o menor sentido. É claro que sempre falamos de máscara e de queixo, mas as duas palavras juntas, só em 2020.

Distanciamento social. Até 2020 quem queria distanciamento era antissocial. Em 2020 , quem aglomerava é que era antissocial.

Pois é, há um ano eu fiz planos para 2020. Todo mundo fez. Nunca erramos tão feio!

Agora, no final de ano, véspera de 2021, nem pensar em fazer planos, nada de prognósticos, nada de profecias. É melhor ficar quietinho.

CONTO DE NATAL NA PANDEMIA

O filho acredita em Papai Noel.
A mãe acredita que chocotone não engorda.
O pai acredita que esse ano vai conseguir guardar uma parte do 13º.
O tio propôs que o natal desse ano seja virtual.
O outro tio acredita que suas piadas vão fazer sucesso no zoom da família.
O primo mala não recebeu a senha do zoom.
A avó acredita que vão deixar ela ir na igreja.
O avô dá graças a Deus que esse ano não vai precisar ir a Igreja.
A empregada evangélica não acredita em Papai Noel, mas acredita no pastor.
O porteiro acredita que esse ano algum morador vai lhe dar mil pratas de caixinha de natal.
A tia solteira levou o sobrinho no shopping para ver o Papai Noel.
A mãe só soube quando chegou em casa e ficou puta com a tia solteira.
O tio bolsominion acredita em cloroquina mandou todos da família tomarem.
O pai discutiu com o tio bolsominion.
O pau cantou no zoom de natal da família.
O Papai Noel do Shopping acredita que vai traçar a tia solteira para quem ele jogou uma conversa de amor eterno.
A tia solteira acredita em Papai Noel.

MANIFESTO DE FINAL DE ANO

Às vezes, nessa época do ano os ânimos se exacerbam e as pessoas começam a dar opiniões radicais. Pior, acham que as suas opiniões representam a da maioria das pessoas. A gente vai fingindo que não escuta, vai fugindo do assunto para não precisar discutir, mas tem uma hora que não dá mais para aguentar e a gente tem que se posicionar.
Essa hora chegou pra mim!
Então eu quero deixar bem claro uma coisa: Eu gosto de arroz com passas!
Eu amo arroz com passas!
E tem muita gente além de mim que gosta! Aposto que é a maioria.
Portanto se você é desses caras que não gosta de arroz com passas não tente fazer todo mundo acreditar que você representa a maioria! Cate as suas passas, coloque-as no canto do prato e permaneça calado!
É isso aí!
Falei!
Me sinto aliviado.

MEUS PERSONAGENS

Adoro essa foto. Achei que tinha perdido, mas a encontrei outro dia no meu computador.
Durante os mais de 20 anos que fizemos o Casseta & Planeta, eu fiquei uma boa parte do tempo sentado numa cadeira de maquiagem. E todas as vezes que as nossas maravilhosas maquiadoras acabavam uma caracterização, elas tiravam uma foto. Um dia, a Nelma, nossa maquiadora chefe por vários anos, me deu de presente essa montagem de fotos com vários personagens que fiz. Eu fiquei surpreso, não esperava que fossem tantos. E sei que ainda faltam muitos. Lá no meio dá para ver Acarajette Lovve, o Peludão da sauna gay, a rainha Elizabeth e Deus. A maior parte eu não lembro e não tenho a menor ideia de quem são.

EU AJUDO ELE

Quando eu tinha uns vinte e poucos anos, viajando por uma praia do Nordeste de mochila nas costas, entrei num bar e comecei a conversar com dois caras que estavam por ali. O papo estava animado, os caras eram gente boa e então, num dado instante da conversa, eu perguntei a um deles:
– Me diz uma coisa: o que você faz?
– Como assim? – Ele não entendeu.
– É, o que você faz, você trabalha? Estuda?
– Ah! Eu não faço nada não. – O sujeito respondeu na maior tranquilidade.
– Nada ? – Então perguntei ao outro cara. – E você?
– Eu ajudo ele!
Gostei da sinceridade do primeiro e, principalmente, da resposta do segundo.
O tempo passou e outro dia eu estava batendo papo com uns amigos das antigas pelas redes sociais, caras do audiovisual, assim como eu. A gente não se falava há muito tempo e a pandemia nos aproximou. No meio da conversa eu perguntei a um deles:
– Me diz uma coisa: O que você está fazendo?
– Seriados e literatura.
– Que maneiro !  – Me interessei pela atividade do cara e quis ter informações mais específicas. Perguntei:
– E que projetos você está fazendo nessas áreas?
– Vejo seriados e leio livros!
– E você? – Outro amigo me perguntou.
Lembrei-me imediatamente da resposta que recebi tantos anos atrás e respondi, na lata:
– Eu ajudo ele!