Um dia , eu estava andando na rua e alguém gritou:
– Ei, Madureira!
Eu sabia que apesar do cara ter errado o meu nome, ele queria falar comigo, mas fiquei na dúvida se respondia ou não. Concluí que, se o cara não sabia o meu nome, ele também não sabia quem é o Madureira, pois se soubesse perceberia que eu não sou ele. Resolvi atender a figura.
Outra vez eu estava andando na rua e gritaram:
– Ei, seu casseta!
Eu acho legal terem criado essa maneira de chamarem a nós do Casseta & Planeta. Na verdade, alguém criou esse chamamento e nós gostamos, a ponto ter usado ele no programa, oficializando essa maneira de se referirem a um de nós quando não sabem ou não tem certeza do nosso nome. É claro que falei com o sujeito.
Uma vez eu estava andando na rua e um cara gritou:
– Ei, Acarajette!
Achei engraçado. Fiquei até orgulhoso de ser chamado pelo nome da personagem que fazia muito sucesso e atendi o sujeito.
Outra vez eu estava andando na rua e um sujeito gritou:
– Ei, Buzunga!
Eu sabia que ele queria falar do Bussunda, percebi que ele tinha me reconhecido como um dos cassetas e provavelmente o nome que veio à sua cabeça foi o do saudoso Bussunda ou, no caso, algo parecido.
Um dia, eu estava andando na rua e um cara gritou:
– Ei, Beto Silva!
Até que enfim alguém acertou o meu nome! Fui falar com o cara, que perguntou:
– Você trabalha no Faustão?
– Não, – respondi – sou do Casseta & Planeta.
– Ah, tá, então eu confundi, achei que era outra pessoa. Mas foi legal te conhecer, seu Casseta! Manda abraços pro Buzunga e praquele outro também, aquele que se parece com o Luis Miranda.
Blog
DESAFIO DO JEFF BEZOS
Desafio: Jeff Bezos é o primeiro ser humano a ter uma fortuna pessoal de mais de 200 bilhões de dólares. Isso é mais de 1 trilhão de reais. Se ele trocar esse dinheiro todo em notas de 2 reais, ele vai ter em mãos 500 bilhões de notas. Considerando que cada nota tem 12 cm de comprimento e que a Terra tem uma circunferência de 40.000 km, se o Jeff colocar as notas em fila, quantas voltas elas darão na Terra?
Pensa aí… mas não gasta muito tempo não, senão o Jeff Bezos ganha mais dinheiro e seu cálculo vai ter que ser refeito.

Resposta:
500 bilhões de notas x 12 cm = 6 trilhões de centímetros, que equivale a 60 bilhões de metros e 60 milhões km
60 milhões / 40 mil = 1500 voltas
ESPERANÇA
NO DESFILE DE 7 DE SETEMBRO
Aos 18 anos entrei para a universidade. Adorei aquele ambiente acadêmico e naquele tempo, 1978, em plena ditadura militar, tive contato com o movimento estudantil. Comecei a frequentar o Centro Acadêmico e a participar da luta contra a ditadura, mas no final do ano fui obrigado a me alistar no exército. Não queria servir de jeito nenhum, afinal eu era contra o governo militar, não podia entrar justamente para o exército. Mas sabe quando você vai dando todos os passos errados? Podia ter arrumado um atestado médico falso, muita gente tentava isso. “Se eles desconfiarem que é falso pode ser pior”, me disseram. Passei no exame médico. Podia ter me alistado normalmente, mas seguindo conselhos vindos nem sei de onde, me alistei no CPOR. “Lá é mais fácil de sair”, disseram. Mas justamente naquele ano os caras resolveram “aumentar o nível da tropa” no CPOR e pegar gente que estava na faculdade. E ali estava eu, o público alvo ideal. Fui passando por todas as fases sem conseguir me livrar, até que eu finalmente consegui um pistolão. Era um capitão do CPOR. Então, na última etapa da seleção, quando eu já estava esperando há horas para saber se ia ou não servir o exército, o meu pistolão, o tal capitão, mandou me chamar. Eu fui lá , crente que o cara ia me liberar mas ele falou:
– Olha, eu tenho duas pessoas pra tirar daqui. Você e mais um. Mas eu só vou conseguir livrar um. O problema é que o outro é meu sobrinho.
E assim eu dancei.
De repente , eu, o jovem que havia entrado na universidade, se encantado com o movimento estudantil, vestiu um uniforme verde-oliva e foi aprender a ser soldado em plena ditadura militar. Ralei bastante no início, e aguentei calado vários oficiais fazendo discursos contra os subversivos que atacavam o governo da Revolução de 64, achando sempre que eles estavam falando comigo. De vez em quando, eu tomava coragem e, diante de um discurso direitista qualquer, sussurrava para algum recruta amigo que estivesse ao meu lado “Abaixo a ditadura!”. Nunca ninguém falou nada, provavelmente porque eu falava tão baixinho que ninguém nem escutava.
Até que chegou o sete de setembro. E eu descobri que íamos desfilar na Avenida presidente Vargas. Justo eu, que lutava contra a ditadura, desfilando para enaltecer o governo militar? Fiquei mal, morri de vergonha. Não contei para nenhum amigo, principalmente a galera do movimento estudantil. Mas para os meus pais eu não tive como esconder. Minha mãe se animou e foi assistir ao desfile.
Depois, já em casa, eu perguntei para ela:
– Você me viu?
– Era todo mundo igualzinho, mas eu consegui te ver.
– E aí , o que achou?
– Você estava lindo, meu filho. E era o único que estava marchando no passo certo!
PENSAMENTOS LIVRES E SOLTOS 2
A VIDA NA PANDEMIA
QUANDO O MUNDO PAROU
Dois caras estavam conversando quando, de repente, ficaram congelados, sem conseguir se mexer. Só conseguiam mexer a boca, bem pouquinho, o suficiente para conseguirem falar.
– O que está acontecendo? – O primeiro perguntou.
– Não sei. Parece que o mundo parou. – O outro respondeu.
– É isso mesmo, o mundo parou. – Explicou um sujeito barbudo que surgiu do nada.
– Quem é você?
– Deus. Fui eu que parei o mundo. Não está dando pra continuar, eu preciso repensar essa coisa toda.
– Que coisa toda?
– O século XXI. Não tá legal. Acho que vou recomeçar tudo de novo.
– Como assim? Voltar ao século XX?
– Não! Tá maluco? Estou pensando em começar de novo, lá do Adão e daquela menina, a Eva. Já passei por isso antes, no século XVII. O mundo estava indo num caminho ruim, pensei em começar de novo, mas aí apareceu o iluminismo, que era bem legal e eu mudei de ideia.
– E agora?
– Agora tá difícil. No século passado também foi complicado, começou mal, primeira guerra mundial, nazismo, segunda guerra, fiquei deprimidão, eu ia parar o século, mas aí deu preguiça, acabei deixando rolar. Então a coisa melhorou um pouco, e teve o jazz, o rock, o cinema, a televisão, o futebol, aquela agitação legal dos hippies, Woodstock e principalmente aconteceram as Copas do Mundo, né? Eu adoro Copa do Mundo!
– Mas esse início de século está tão ruim assim?
– Tá ruim, né? O século já começou com atentado. Terrorismo à beça, King Jon Un, Maduro, Trump, esse capitão lá no Brasil… Cinema é só super-herói, música é eletrônica, televisão repetitiva, e pior: que ideia é essa de fazer Copa do Mundo em Dubai? Tá ruim, tem que começar de novo.
– Que isso Deus? Não faz isso não. E as redes sociais, não são legais? São desse século.
– Legal nada! Um inferno! Todo mundo olhando para o aparelhinho o tempo todo!
– Mas, Deus, olha só, tem coisa boa no século XXI. Tem os… tem as… Ah, lembrei! Tem o streaming, as séries, Game of Thones…
– Game of Thrones eu parei de ver. O arcanjo Gabriel me dava spoiler e eu cansei.
– Mas, Deus, tem mais coisa legal, tem a Champions League…
– É, da Champions eu até gosto. A sorte de vocês é que eu estou sem ideias e estou sem saco para aturar o Adão de novo, o cara era muito chato. Eu vou fazer o seguinte: vou lançar um negocinho aí que vai fazer vocês pararem uns dois anos para repensar tudo. Daqui a dois anos eu penso no que fazer. E vou logo avisando: Vocês têm que resolver esse negócio de VAR, esse troço não funciona.
Então o barbudo sumiu e chegou o coronavirus.
AMIGO BRASILEIRO
Amigo chama o outro para conversar. Depois de falar de futebol, tempo, pandemia e esses papos tradicionais, ele começa a falar dele:
– Sabe como é, eu me considero um sujeito em obras, um cara que está em constante construção, entende?
– Bacana isso. Eu também me sinto um pouco assim. Também acho que na vida a gente está sempre aprendendo.
– Não, você não entendeu. É que eu sou brasileiro e sabe como é obra no Brasil… o orçamento estourou. Será que você não tem aí uma verba de suplementação?
HOMEOPATIA
Cheguei na festa do amigo, que me recebeu e perguntou:
– Quer beber alguma coisa?
Eu sabia que o meu amigo era bem natureba, então fiquei na dúvida sobre o que pedir. Foi ele que ofereceu:
– Quer um uísque?
– Você tem uísque? Achei que…
– Imagina, claro que tem uísque! Copo curto ou longo?
– Longo. Com bastante gelo.
O amigo trouxe um copo longo. Estava cheio de água e gelo.
– O que é isso? – Perguntei.
– Seu uísque.
– Diferente, né? A cor é um pouco clara, parece água.
– É uísque escocês legítimo.
– Nunca tinha visto um assim… transparente.
– É porque é homeopático.
– É mesmo? Não conhecia.
– A gente pega o uísque e dilui uma vez, duas vezes, dez vezes, vai diluindo cada vez mais. Fica apenas a essência. É uma delícia, pode beber. Só não exagera que esse troço é forte pacas!
BOCA DE JORNALISTA PROTETEITOR TABAJARA
Você é jornalista e quer fazer perguntas ao presidente?
Mas você tem medo de levar uma porrada na boca?
Pois agora seus problemas acabaram!
Chegou o Boca de Jornalista Proteteitor Tabajara

O único em sua categoria que protege e verdade o jornalista, e que permite que ele possa perguntar com tranquilidade:
Por que a esposa do presidente, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?