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SOBRE IR E VIR

E aí vem uma juíza no Rio de Janeiro, e em nome da Liberdade de Ir e Vir, detona os decretos de restrição do prefeito e libera as praias, os bares e todos os lugares onde o carioca sem noção se aglomera.
Essa questão da Liberdade de Ir e Vir é muito estranha. Eu estou há um ano em casa porque acredito na ciência que diz que é preciso manter distância social para evitar ser infectado pelo coronga. Sei que se eu ficar circulando por aí, numa tremenda liberdade de ir e vir, tão cedo não terei liberdade de Ir e Vir de verdade.
Quando a Covid cresce em ritmo alarmante, deixando os hospitais colapsados e matando milhares por dia, a “Liberdade de Ir e Vir” passa a ser a “Liberdade de Ir e Vir à rua pegar Covid”. Ou “A liberdade de ir à rua pegar covid e vir para casa para passar para os parentes”. Ou a “Liberdade de Ir e Vir à rua contaminar os outros”.
Quando na minha cidade um monte de gente não quer ficar em casa ou respeitar distância social, a minha Liberdade de Ir e Vir fica comprometida porque o vírus se prolifera cada vez mais. Numa situação emergencial como um pandemia, para se garantir a Liberdade de Ir e Vir de verdade, a volta a vida normal, só existem duas coisas a fazer: Vacinar todo mundo e seguir as regras preconizadas pela ciência. Quem quer ir e vir à vontade, sem máscara e sem respeito pelos outros está promovendo a doença, e, portanto, indo contra a Liberdade de Ir e Vir de verdade da população. Nesta pandemia fora de controle, só quer Liberdade de Ir e Vir quem nega a Covid. Quem acha que a Covid é o maior problema sanitário da História deveria seguir as regras e ficar em casa para conseguir o mais rápido possível recuperar a Liberdade de Ir e Vir de verdade.
P.S. – O brasileiro não tem ideia do que significa Lockdown. Não só porque não fala inglês, mas principalmente porque nunca foi feito um Lockdown de verdade por aqui.

PENSAMENTOS LIVRES E SOLTOS

O Brasil não é para amadores, já dizia Tom Jobim.
Mas é para …
Armadores
Mamadores
Matadores
E muitas outras dores.

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“Mato!”. Esse é o moto e a meta do mito.

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O Brasil está na fase da pandemia que se chama pandemônio.

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Eu fico impressionado com pessoas que tem ideias definitivas sobre tudo. Observo esse fenômeno, principalmente no Facebook, onde uns caras conseguem ter opiniões incrivelmente elaboradas sobre qualquer assunto. Tem gente que se acha tão fodona que, quando faz um textão analisando a situação do mundo em qualquer área, dizendo o que acha que vai acontecer, avisa no início: cuidado, contém spoiler!

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Eu não sei fazer a churrasqueira para o churrasco, nem construir capela para casar, mas sei resolver Sudoku! E até os cotados como “muito difícil”. Tu sabe fazer isso, Rodrigo Hilbert?

PAÍS ENCALHADO

Aos negacionistas e cloroquinistas:
Vão empurrar navio no canal de Suez!

Aliás, o navio já desencalhou no Canal de Suez. Mas o Brasil continua encalhado!

Brasileiro devia ser bom em matemática. Já aprendeu um dos conceitos mais difíceis da matéria: a função exponencial. A gente já experimentou isso na pele na hiperinflação e agora estamos vivendo na prática o aumento exponencial da Covid. Exponencial é mole, pode passar para a próxima questão!

Tenho trabalhado bastante em home-office. Como lavador de pratos.

Há tanto tempo eu só ando de sandália, que acho que desaprendi a dar laço no tênis.

As coisas estão tão difíceis no Brasil que até a letra da música do Belchior teve que ser alterada:
“Ano passado eu não morri
E esse ano eu espero não morrer de novo!”

ESTRESSADO E REVOLTADO

Quando vi o crescimento da Covid sem que o governo fizesse nada, fiquei estressado e nervoso, ou dos dois juntos, mas, as pessoas me falaram: Calma!
Quando ouvi as notícias sobre as mortes por Covid aumentando exponencialmente, e o Bolsonaro falando de cloroquina, eu fiquei estressado, nervoso e irritado, ou os três juntos. Mas algumas pessoas continuaram me falando: Calma!
Quando eu assisti as lives cheias de ódio e fake-news do Bolsonaro, falando contra a máscara e o distanciamento social e prescrevendo tratamento precoce, eu fiquei estressado, nervoso, irritado e puto, ou os quatro juntos. Mas duas pessoas ainda me falaram: Calma!
Então eu acompanhei a demissão do ex-ministro Pesadello que demorou mais de uma semana para sair, dando lugar a um novo ministro que assumiu no dia com mais de 3 mil mortes pela Covid, falando em continuidade do trabalho. Aí eu fiquei estressado, nervoso, irritado, puto e revoltado, ou os cinco juntos. Mas um amigo, um cara meio distante, ainda me falou: Calma!
Então eu assisti ao pronunciamento do presidente, mentindo deslavadamente com a maior cara de pau sobre as vacinas, dizendo que sempre foi a favor delas, como se não tivesse chamado elas de vachina ou dito que não queria virar jacaré. Aí eu fiquei estressado, nervoso, irritado, puto, revoltado e puto. Eu sei que repeti que fiquei puto, mas é que fiquei muito puto. E não me venham falar pra ficar calmo que eu não vou ficar calmo porra nenhuma! Calma é o cacete!
Acho que até o jacaré do Bolsonaro ficou puto.

CORNOGRAMA DE VACILAÇÃO

Quase todo dia o ministério da Saúde lança um novo cronograma de vacinação, e sempre ele vem para substituir o anterior, diminuindo o número de doses previsto.
Tem gente que chama de Cronograma de Vacilação.
O Cronograma de Vacilação do Ministério da Saúde é sempre tão enganado que também já está sendo conhecido como Cornograma de Vacilação.
O ex-ministro Eduardo Pesadello não tinha a menor ideia de quantas doses estavam disponíveis e aí saía chutando direto. Um dos seus últimos Cornogramas previa o seguinte:

Até o final de março teremos…
20 milhões de doses daquela vacina chinesa lá do Doria que o chefe não gosta.
3 milhões da astragênica… astracênica… aquela lá do instituto Armando Cruz, quer dizer, Orlando Cruz, alguma coisa Cruz.
10 milhões de uma vacina indiana aí, que me disseram que é boa.
10 milhões da vacina russa, que a coisa tá russa e a gente tem que comprar até de comunista.
10 milhões da Pfizer, assim que a gente assinar o contrato que o chefe não quer assinar.
Pra saber o total de doses é só somar isso tudo aí em cima. O que vocês querem? Que o Ministério faça o cálculo? Querem que a gente faça tudo?

E agora temos um novo Ministro da Saúde, que ainda não decoramos o nome e nem sabemos se teremos tempo de decorar. E o pós-Pazuello chegou dizendo que sua gestão será de continuidade.
Então, se ele vai continuar o que estava sendo feito, esparamos que o próximo cornograma venha do mesmo jeito que os anteriores.
Será que seguiremos assim, sem vacina e sem muitas perspectivas?

O QUE DIZER PARA BOLSONARO?

O que dizer para Bolsonaro quando ele reclama da imprensa?
Chega de frescura e mimimi!

O que dizer para Bolsonaro quando ele diz que não vai se vacinar?
Chega de frescura e mimimi!

O que dizer para Bolsonaro quando ele reclama dos governadores?
Chega de frescura e mimimi!

O que dizer para Bolsonaro quando ele diz que o STF não deixa ele governar?
Chega de frescura e mimimi!

O que dizer para Bolsonaro quando ele diz que estão pegando no pé do seu filho?
Chega de frescura e mimimi!

O que dizer para Bolsonaro quando ele encerra entrevistas coletivas se um jornalista faz uma pergunta que ele não gosta?
Chega de frescura e mimimi!

O que dizer para Bolsonaro quando ele se recusa a usar máscara?
Chega de frescura e mimimi!

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Saudades do tempo em que Variant era só isso aqui:

RINDO NAS REDES SOCIAIS

Há alguns anos, quando me disseram que existiam umas tais redes sociais, eu resolvi entrar nessa parada. A primeira rede social que entrei acho que foi o Twitter.  Postei umas babaquices, frases engraçadas, piadas e logo começaram a chegar comentários. Então me deparei com um comentário em que o cara escreveu ”lol”. Não entendi e segui adiante, mas logo outros “lol” chegaram. Eu fiquei um tempão matutando : O que é isso? Saquei que escreviam “lol” quando eu postava algo engraçado, seria uma onomatopeia? Mas que som é esse, “lol”? Será que “lol” é uma representação de um cara com as duas mãos pra cima? E por que ele colocaria as mãos para cima quando algo fosse engraçado? Aí me explicaram: “lol” é “laughing out loud”, os americanos usam para dizer que acharam alguma frase engraçada e nós copiamos. Mas  por que os brasileiros tem que escrever “laughing out loud”, se a piada não é em inglês?
Então descobri que existe uma infinidade de maneiras de se dizer que uma piada foi legal. Alguns  traduzem o americano “lol” e colocam “Ri alto”. E então juntam e escrevem “rialto”.  É melhor, pelo menos é em português, mas acho estranho. Quem não quer usar o “lol” ou o “rialto”, pode apelar para o “ririri” ou “réréré”. Tem ainda o “rárárá”, o “rsrsrs” e o “kkkkk”. Pelas minhas pesquisas pessoais, a forma mais usada no Brasil é essa: “kkkkk”.  Mas por que o K , uma letra que não se usa na nossa língua?  Tudo bem, entendo que escrever  “cácácá” é meio ridículo , e “quaquaqua”  meio infantil,  mas então como fazer? Alguns usam o “hahaha”, mas dá a impressão que o cara tá rindo sem fazer som, só mexendo a boca. Tem gente que quando acha algo engraçado , escreve “achei engraçado”, rápido, direto , mas muito sisudo , parece que o cara pensou em rir, mas desistiu. Existem outras formas:  “rachei o bico”, paulista demais, “esporrante”, carioca demais.  E tem também o “shushushaha”, ou algo assim. Acho que o cara escreve isso quer dizer que riu tanto que deu uma esguichada de cuspe. É a única explicação.
Mas a forma que mais me intriga e que é muito difundida , é o “rsrsrsrs’, que dizem que é abreviação de “risos risos risos…” , mas acaba virando um troço meio estranho.  Quem é que ri assim, “rsrsrsrs”? Parece um rato roendo queijo! Não entendo, o cara acha uma coisa engraçada e fica com vontade de roer um queijo? Rsrsrsrs!
Mas tudo bem, acabo entendendo o “Kkkkk”, aceito o “rsrsrs”, tolero o “lol”, me conformo com o “rialto”, me sujeito ao “hahaha” e todas estas outras formas de rir no twitter, no facebook ou em qualquer rede social. Mas a conclusão que tiro é que definitivamente  ainda não se encontrou a forma genuinamente brasileira de se rir nas redes sociais. Ou será que existe?

Esse texto faz parte do meu e-book Rindo nas redes sociais, que está a venda na Amazon por apenas R$ 6,00.
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MELHORES DO ANO DO CORONA VÍRUS

Poucos souberam, porque a imprensa não noticiou, mas a cerimônia do Prêmio Internacional de Melhores do Ano do Corona Vírus aconteceu na semana passada. A festa foi realizada no Brasil, dentro do corpo de uma autoridade e contou com a presença de milhões de coronavírus representando todos os países do mundo. Antes da entrega dos prêmios, os convidados assistiram a um show musical estrelado por alguns coronavírus que já infectaram estrelas internacionais da música. O show foi um sucesso, aplaudido de pé pela plateia e logo em seguida, a premiação começou. O clima era de tensão nessa festa que foi considerada o Oscar do coronavírus. E os premiados foram os seguintes:

Prêmio Sem máscara é melhor – Donald Trump
Prêmio E daí, eu não sou coveiro – Jair Bolsonaro.
Prêmio Aglomeração de Final de ano – Neymar.
Prêmio Pra que tanto estresse? – Eduardo Pazzuello .

Depois da entrega dos prêmios, os coronavírus se divertiram com uma grande festa, regada a muito vinho e champagne. O ponto alto aconteceu quando um corona gaiato distribuiu fartas doses de cloroquina, o que proporcionou muitas risadas nos convidados da festa.