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PREVISÕES PARA 2021 QUE TODO MUNDO JÁ SABE

Ano começando e um monte de videntes, astrólogos e economistas estão fazendo as suas previsões para 2021. Eu também tenho as minhas, mas são profecias que todo mundo já sabe que vão acontecer. Vamos lá:

Os brasileiros serão vacinados contra a Covid. Não se sabe quando, nem com qual vacina, mas já se sabe que uns dias vai faltar vacina, em outros vai faltar seringa, em outros vai faltar agulha…

Todas as semanas o Bolsonaro vai falar alguma boçalidade. E depois vai dizer que a imprensa tirou as palavras dele do contexto.

O Bolsonaro e o Dória vão chamar um ao outro para a porrada, mas o embate não vai acontecer por falta de datas.

Vários ministros vão cair, sem nem dar tempo de a gente ter decorado o nome deles.

Todas as semanas um time brasileiro trocará de técnico.

Os campeonatos regionais serão chatíssimos e uma campanha para eles acabarem fracassará mais uma vez.

Neymar vai fazer uma presepada. E depois uma merda. E depois uma estripulia…

Influenciadores digitais que eu nunca ouvi falar vão fazer alguma coisa bem idiota. E então eu vou ouvir seus nomes pela primeira vez.

O Facebook vai saber ainda mais sobre você do que já sabia.

O Google vai saber coisas de você que nem mesmo você sabia.

Tretas fundamentais e superimportantes vão acontecer no Twitter por duas horas e depois serão esquecidas para sempre.

Moças desinibidas farão dancinhas no TikTok.

Pessoas vão continuar a fazer textões no Facebook, dando suas opiniões baseadas apenas no que elas acham. E o que elas acham é que são elas que tem a resposta para tudo que está acontecendo.

Quanto a mim, já posso prever algumas coisas:

Vou continuar sofrendo com o meu time, o Fluminense. Certamente vou ficar muito irritado com o time e vou jurar que não verei mais nenhum jogo. Mas na semana seguinte lá estarei eu diante da TV, xingando, gritando e prometendo não ver mais jogos do Flu de novo.

No caso dos textões, se eles forem de amigos meus, eu vou curtir. Mas só depois de ler apenas o primeiro parágrafo para saber pelo menos do que se trata. Vai que a pessoa comenta algo comigo.

HÁ UM ANO

No final do ano de 2019 eu tinha alguns medos.

Tinha medo que o Trump desse um ataque de pelanca e resolvesse apertar o botão vermelho para ver o que acontecia.

Temia que o Kim Jon Un desse a louca e resolvesse mandar uma bomba atômica para ver o que acontecia.

Ou que fosse o Irã que desse a louca e mostrasse ao mundo que tinha bomba atômica e não tinha medo de usá-la.

Tinha medo até de vírus. Mas de vírus de computador. Medo que um ciber-maluco jogasse um monte de vírus nos computadores do mundo e a gente ficasse sem internet pra sempre.

Tinha medo até que os alienígenas resolvessem atacar a Terra. Sempre achei que isso pudesse acontecer.

Mas eu nunca tinha pensado que um vírus pudesse nos fuder. Vírus, tipo vírus mesmo, esses bichinhos que causam virose.

Juro que nunca tinha pensado nessa hipótese.

Pois não é que apareceu o tal do coronavírus e o mundo virou de cabeça pra baixo. Parou tudo.

E logo aprendemos um monte de palavras novas: além de corona vírus, teve também covid-19, Cloroquina, Hidroxicloroquina, Invermectina, Astrazenica, Coronavac… Há um ano nós nunca tínhamos escutado essas palavras e nem sabíamos como se pronunciavam.

Protocolo era só aquele número enorme que a gente fingia que anotava quando fazia uma reclamação por telefone. Em 2020 , tudo passou a ter protocolo e a gente incorporou a palavra.

Máscara no queixo era uma expressão que não fazia o menor sentido. É claro que sempre falamos de máscara e de queixo, mas as duas palavras juntas, só em 2020.

Distanciamento social. Até 2020 quem queria distanciamento era antissocial. Em 2020 , quem aglomerava é que era antissocial.

Pois é, há um ano eu fiz planos para 2020. Todo mundo fez. Nunca erramos tão feio!

Agora, no final de ano, véspera de 2021, nem pensar em fazer planos, nada de prognósticos, nada de profecias. É melhor ficar quietinho.