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É MAIS FÁCIL CONVERSAR COM O CORONGA
Do jeito que as coisas estão, está cada vez mais difícil dialogar com o nosso presidente negacionista. A última dele foi declarar que a pandemia está no finalzinho, mesmo com os hospitais cada vez mais lotados. Então, para que a pandemia do coronavirus termine antes que a pandemia do Bolsonarovirus, o melhor a fazer é tentar outras alternativas, mais heterodoxas. Já que é muito difícil fazer o sujeito entender que a Covid não é gripezinha, que vacina chienesa não é coisa do demo, que distanciamento social é importante, então chegamos a um ponto em que talvez seja mais fácil dialogar com o outro lado. Talvez seja mais promissor explicar a situação ao coronavirus do que ao Bolsossauro. Quem sabe o coronga entenda, vai que ele é mais razoável e racional que o Presidente? De repente a gente pode tentar se aproximar do vírus e jogar uma conversa para ele, tentar convencê-lo de que se ele matar muita gente vai ser pior para ele, que quando uma pessoa morre por covid, os corongas que estão com ele morrem também. Vai que ele percebe a situação e nos ajuda? Acho que um papo com o coronavírus seria muito mais eficaz do que com o presidente ou seus filhos.
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A operação da polícia que achou material inédito do Renato russo se chama Operação Tempo Perdido. Ainda vem que não se chama Operação faroeste Caboclo, senão ia durar uns vinte anos.
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Foi feita uma nova medida da altura do monte Everest. Ele agora mede oficialmente 8.848,86 metros. A altura anterior, 8844 metros, eu até encarava, mas esses 4 metros a mais é que complicaram pra mim.
QUANDO VAMOS VACINAR NO BRASIL?
A Inglaterra já começou a vacinar contra a COVID.
Os Estados Unidos vão começar daqui a pouco.
A Europa também.
E o Brasil?
Dizem que vai ser em março…
… se a Anvisa aprovar alguma vacina até lá.
… se o presidente aprovar a aprovação da vacina pela Anvisa.
… se os filhos do presidente aprovarem a aprovação da Anvisa.
… se o ministro da saúde tiver autorização superior para aprovar a aprovação da Anvisa.
… se o Dória não tirar muita onda porque a vacina chinesa foi a primeira a ser autorizada pela Anvisa.
… se os outros governadores decidirem se estão do lado do Dória ou do presidente.
… se o Ministério da Saúde se lembrar de comprar seringas e agulhas.
… se o presidente e seus filhos aprovarem a compra das seringas e das agulhas.
… se o presidente e seus filhos não se importarem, caso a a vacina chinesa seja a primeira aprovada.
… se a discussão sobre a obrigatoriedade da vacina no Congresso já tiver acabado.
… se a discussão sobre a obrigatoriedade da vacina no STF já tiver acabado.
… se o STF já tiver julgado alguma ação qualquer que vai surgir tentando mudar a ordem das pessoas que serão vacinadas primeiro.
… se alguma decisão monocrática de algum ministro do STF não suspender a vacinação por algum motivo qualquer.
… se a vacinação não for suspensa enquanto o Congresso não vota uma CPI da vacina qualquer.
… se o Paulo Guedes aprovar a verba para a vacinação.
… se o presidente aprovar a aprovação do Guedes da verba para a vacinação.
… se não for obrigatório acabar com o estoque de cloroquina primeiro.
… se…
… se…
… se…
COVID-CIONÁRIO
São muitas mudanças na nossa vida por conta da Covid19. Até no futebol
as coisas estão mudando. Já nos acostumamos a ver jogos com estádios
vazios. Antes da pandemia só os torcedores do meu Fluminense e do
Botafogo sabiam o que era isso. E agora estamos também nos
acostumando a contar o número de jogadores infectados por Covid que
serão substituídos no próximo jogo do nosso time. Dizem até que naquele
joguinho da Globo, o Cartola, além de escalar o seu time, o cartoleiro vai
ter que dizer quantos jogadores do time dele vão pegar Covid.
Mas entre as várias novidades da pandemia, uma me chama a atenção. As
novas palavras criadas. Lendo um jornal, me deparei com uma delas:
covidário. Estava na manchete. Entendi que covidário é um local em que
um monte de gente pega covid. Ou seja , podem ser covidários os aviões
de times de futebol, as posses de ministros do STF, as praias de domingo,
o Rio de Janeiro, o Brasil…
Mas várias outras novas palavras estão surgindo. Já está até sendo escrito um Covid-cionário.
Veja algumas das novas palavras:
Covidado – É o convidado que traz a Covid para a festa.
Covidvência – Quem tem convivência com alguém com covid.
Corona Pirus – Quem pira por conta do corona vírus
Assintemático – Pessoa que só fala de um assunto: que teve covid, mas foi
assintomático.
Assintomatemático – Sujeito que vive repetindo várias estatísticas e
números que justifiquem sua saída à rua sem máscara
QUANDO O MUNDO PAROU
Dois caras estavam conversando quando, de repente, ficaram congelados, sem conseguir se mexer. Só conseguiam mexer a boca, bem pouquinho, o suficiente para conseguirem falar.
– O que está acontecendo? – O primeiro perguntou.
– Não sei. Parece que o mundo parou. – O outro respondeu.
– É isso mesmo, o mundo parou. – Explicou um sujeito barbudo que surgiu do nada.
– Quem é você?
– Deus. Fui eu que parei o mundo. Não está dando pra continuar, eu preciso repensar essa coisa toda.
– Que coisa toda?
– O século XXI. Não tá legal. Acho que vou recomeçar tudo de novo.
– Como assim? Voltar ao século XX?
– Não! Tá maluco? Estou pensando em começar de novo, lá do Adão e daquela menina, a Eva. Já passei por isso antes, no século XVII. O mundo estava indo num caminho ruim, pensei em começar de novo, mas aí apareceu o iluminismo, que era bem legal e eu mudei de ideia.
– E agora?
– Agora tá difícil. No século passado também foi complicado, começou mal, primeira guerra mundial, nazismo, segunda guerra, fiquei deprimidão, eu ia parar o século, mas aí deu preguiça, acabei deixando rolar. Então a coisa melhorou um pouco, e teve o jazz, o rock, o cinema, a televisão, o futebol, aquela agitação legal dos hippies, Woodstock e principalmente aconteceram as Copas do Mundo, né? Eu adoro Copa do Mundo!
– Mas esse início de século está tão ruim assim?
– Tá ruim, né? O século já começou com atentado. Terrorismo à beça, King Jon Un, Maduro, Trump, esse capitão lá no Brasil… Cinema é só super-herói, música é eletrônica, televisão repetitiva, e pior: que ideia é essa de fazer Copa do Mundo em Dubai? Tá ruim, tem que começar de novo.
– Que isso Deus? Não faz isso não. E as redes sociais, não são legais? São desse século.
– Legal nada! Um inferno! Todo mundo olhando para o aparelhinho o tempo todo!
– Mas, Deus, olha só, tem coisa boa no século XXI. Tem os… tem as… Ah, lembrei! Tem o streaming, as séries, Game of Thones…
– Game of Thrones eu parei de ver. O arcanjo Gabriel me dava spoiler e eu cansei.
– Mas, Deus, tem mais coisa legal, tem a Champions League…
– É, da Champions eu até gosto. A sorte de vocês é que eu estou sem ideias e estou sem saco para aturar o Adão de novo, o cara era muito chato. Eu vou fazer o seguinte: vou lançar um negocinho aí que vai fazer vocês pararem uns dois anos para repensar tudo. Daqui a dois anos eu penso no que fazer. E vou logo avisando: Vocês têm que resolver esse negócio de VAR, esse troço não funciona.
Então o barbudo sumiu e chegou o coronavirus.
EU FUI DA INTENDÊNCIA
O ministro interino da saúde é um general do serviço de Intendência. Para quem não sabe os oficiais do exército podem ser da artilharia, da cavalaria, da infantaria, da engenharia e da intendência, que é a responsável pelos suprimentos. Por que eu sei disso? Porque quando eu tinha 18 anos, eu dancei, como se dizia na época, e servi o exército. Servi no quartel do CPOR, em São Cristovão. No CPOR você não é soldado, é chamado de aluno e quando sai está apto a ser um oficial da reserva. E depois de uns 3 meses lá, aprendendo a atirar, marchar e essas coisas que se faz na tropa, a gente tinha que optar por uma das armas ou serviços. Eu optei pela Intendência. E agora que vi que o general interino é de Intendência, me vieram algumas lembranças, entre elas um pedacinho do Hino da Intendência, que começava assim:
Eu sou a intendência
Cuja nobre missão
É suprir, transportar,
Dar à tropa assistência.
Relembrando esses versos me vêm 3 questões:
1- Pela letra do hino, podemos ver que tratar assuntos de saúde não é uma das nobres missões da Intendência. A única palavra mais ou menos ligada a área da saúde é assistência, que era como a minha avó chamava as ambulâncias.
2- O Brasil não entrou em muitas guerras em sua história, mas em qual delas as tropas foram comandadas por um interino?
3- Que neurônio é esse, que podendo guardar tanta coisa, lembrou dessa letra?
Obs – Na imagem lá em cima , vocês podem me ver marchando numa parada em 1979. Segundo a minha mãe, que assistiu, eu era o único que estava marchando no passo certo.