O deputado chegou em casa , extenuado depois de comemorar o resultado de mais uma votação secreta na Câmara. Pegou as chaves de casa, colocou na fechadura e… nada. A porta não abriu. Ele testou outras chaves, mas nenhuma delas abria. Como isso podia estar acontecendo? Ele pegou a chave de novo, colocou na fechadura e fez força, mas a tranca não abriu. Depois de uns quinze minutos forçando, ele resolveu tocar a campainha. Josefa, a empregada, abriu.
– Pois não?
– Ah, até que enfim, Josefa! Minha chave tá dando problema …
Josefa barrou a entrada do deputado.
– O que o senhor deseja?
– Como o que deseja? Eu quero entrar na minha casa!
– O senhor está a procura de alguém?
– Josefa, eu moro aqui.
– Que eu saiba o senhor não mora mais aqui não.
– Deixa comigo Josefa – era a mulher do deputado, chegando à porta.
– O que está acontecendo aqui, mulher?
– Eu vou explicar pra você. Nós trocamos a chave da casa.
– E por que não me deram uma cópia?
– Porque você não mora mais aqui.
– E quem decidiu isso?
– Nós fizemos uma votação.
– Que votação?
– Nós fizemos uma votação para saber se depois do papelão que o senhor fez no Congresso, o senhor mantinha o seu mandato aqui em casa.
– Que absurdo! E qual foi o resultado?
– Você perdeu o mandato.
– Como assim? Mas eu não votei!
– Você se absteve. Você e o Rex, ele também não votou.
– Quem votou nesse negócio?
– Eu, seus filhos, minha mãe, sua mãe , os empregados e o Rex. Quer dizer, o Rex se absteve.
– Eu posso saber pelo menos, quem é que votou contra mim?
– Ah, isso eu não posso dizer, porque a votação foi secreta.
– Caramba! E agora? Pra onde é que eu vou?
– Ué, fala com o deputado que vocês absolveram. Lá onde ele mora deve ter vaga pra deputado.
VOTO SECRETO

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